domingo, 30 de setembro de 2012

Por que Fanny Price me conquistou


Esse post é para falar um pouco de Jane Austen e sua incrível capacidade de me deixar entusiasmada com a leitura de seus livros e com seus personagens. Finalmente concluí a leitura de sua obra. Mansfield Park foi o último dos seus livros que me caiu nas mãos. Qual a razão deste ter sido o último? Nenhuma em especial. Mas lembro de ouvir muitos comentários dos fãs da obra da autora que apontavam Fanny Price como a heroína mais chata de Jane Austen e Mansfield Park o seu romance mais fraco. Opiniões, opiniões. Cada um tem a sua.

Tive muitas impressões ao ler Mansfield Park mas desde o ínicio Fanny já havia me conquistado e a cada capitulo tudo o que eu havia ouvido falar sobre o livro se desconstruía. Mas por que Fanny Price me conquistou? Bom, Fanny é essa menina desafortunada que é dada a ser criada aos parentes ricos. Mas para estes a criação de Fanny é uma espécie de caridade e ela é sempre lembrada de lhes ser grata. Só essa premissa já me cativa. Histórias de órfãos sofredores povoam o imaginário humano faz séculos e eu sou particularmente fã dessas histórias. Ok. Você pode me dizer que Fanny Price  não é uma órfã, mas eu responderia: é quase como fosse, ora!

Toda a personalidade de Fanny é construída com base nessa criação. Ela tem acesso a uma educação nobre, mas ao mesmo tempo é colocada sempre numa posição inferior aos primos e tios. Então essa moça tímida tem a mente livre tem convicções, sentimentos e opiniões fortes mas quase ninguém conhece porque não lhe é dada a oportunidade de ser ouvida. É uma mente vívida mas presa pela posição que ocupa.

É interessante que os motivos que fazem Fanny ser notada pela família são sua aparência (que melhora ao logo dos anos) e o interesse de Henry Crawford por ela. Nunca o reconhecimento de sua inteligência ou coisa que valha.

É claro que Fanny é apaixonada pelo mocinho, seu primo Edmundo Bertram (o único que desde o início gostou de Fanny),  mas em seu caminho tem um charmoso rapaz que vai tentar lhe desviar do amor platônico. Eu quase torço para que Henry Crawford conquiste o coração de Fanny, mas infelizmente sua atitude final (Jane Austen, você bem que podia ter criado um Henry mais constante, mais perseverante pelo amor de Fanny) depõe contra ele e acaba com todas as suas chances com a mocinha.

E para aqueles que a acusam de passividade eu aponto a sua posição firme. Sua recusa inabalável pela oferta de casamento feita por Henry como prova do contrário. Ela tinha uma opinião sobre o moço e essa opinião não foi modificada apesar de todos os outros a tentarem convencer do contrário.

Enfim, são tantos as razões que me fazem ter Fanny Price como uma das minhas personagem preferidas da obra de Jane Austen que eu não saberia enumerá-las.

A única ressalva que faço a este belissímo livro é que apenas um capítulo é dedicado a dar a resolução/entedimento entre Fanny e Edmund. Teria lido de bom grado mais algumas páginas sobre como Edmund  deu-se conta que amou Fanny Price desde o pricípio. Pois da maneira que se deu me pareceu que a querida Fanny foi quase um consolo ao coração partido de Edmund.