sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Entre a fofura e as lágrimas...

ANDERSEN, Hans Christian, 1805-1875. Contos de Andersen. São Paulo: Paulus, 1996.


Que livro lindo! Não só pelos contos mas as ilustrações que também são muito bonitas. As ilustrações são de Matthieu Blanchin.

Acredito que todo mundo conhece Hans Christian Andersen ou se não conhecem o autor com certeza conhecem a sua obra. Ele é o autor de alguns contos que são clássicos da literatura infantil como o patinho feio, a sereiazinha, a princesa e o grão de ervilha, o valente soldadinho de chumbo, a pequena vendedora de fósforos etc. 

Seus contos carregam uma certa melancolia, alguns com finais tristes mas sempre muito bonitos e delicados. Não tem como não se emocionar com a sereiazinha, o soldadinho de chumbo, a vendedora de fósforo. Mas Andersen não é só melancolia ele também tem contos mais engraçados como A roupa nova do imperador. Acho que aquela piada que fazíamos na infância "só enxerga quem for inteligente" pode ser inspiração desse conto.

A leitura desses contos me trouxe uma certa nostalgia da infância e acredito que talvez para Andersen o ar melancólico dos contos simbolize a nostalgia pelos anos da infância, talvez a perda da inocência.

Esta edição contém apenas treze contos da vasta obra do autor são eles: A pastora e  o limpa-chaminés; O pinheiro; Polegaria, O isqueiro mágico; A velha casa; A sereiazinha; O patinho feio; A princesa e o grão de ervilha; O valente soldado de chumbo; O rouxinol do Imperador da China; A pequena vendedora de fósforo; A roupa nova do Imperador e O duende e o comerciante. 

Meus preferidos são: O pinheiro, O isqueiro mágico, A sereiazinha, O patinho feio, O valente soldado de chumbo, A pequena vendedora de fósforo e A roupa nova do imperador.

Aqui algumas das belas ilustrações do livo:





quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Cinco minutos

ALENCAR, José. Cinco Minutos. In: Obra Completa de José de Alencar. Monte Cristo Editora, 2013.


"...a pontualidade é uma excelente virtude para uma máquina
mas um grave defeito para o homem".

Não havia lido sinopse, não havia lido nada a respeito deste livro de José de Alencar, seu primeiro romance. Então foi uma novidade.

O livro, publicado originalmente em 1856 no formato de folhetim no jornal Diário do Rio de Janeiro, obviamente trás consigo a marca do momento literário de então, isto é, o romantismo. Seu tema é principal é o amor casto, algo de inalcançável. A mocinha, é claro, é uma donzela perfeita e o mocinho, um cavalheiro.

No romance, o protagonista, após atrasar-se cinco minutos toma um outro ônibus e lá encontra uma mulher misteriosa, uma figura etérea, que tem seu rosto coberto por um véu e é claro ele se apaixona por essa mulher. E é a busca por esse amor, aparentemente impossível, que serve de motor para o livro. É uma estória curta em dez capítulos mas que provavelmente aqueceu o coração das jovens moçoilas de antanho e que talvez ainda possa agradar o leitor contemporâneo. Definitivamente não é o melhor romance do autor e talvez por ser o seu primeiro romance possa ser considerado fraco.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A corista e outras histórias

THÉKHOV, Anton Pavlovitch (1860-1904). A corista e outras histórias. Porto Alegre, RS: L&PM, 2012. 64p.


A corista e outras histórias trás nove contos de Tchékhov que de forma irônica e bem humorada fala do humano e do ser no mundo. E justamente por falar de sentimentos humanos é um texto atemporal e por isso seus contos ainda são relevantes hoje. Os principais temas dos contos contidos nesse volume são cenas do cotidiano, traição e melancolia.  

Não pude deixar de rir com o conto "a carteira" que fala sobre três amigos atores que descobrem uma carteira cheia de dinheiro e decidem dividir o dinheiro entre eles até que começam a se questionar quem merece mais o dinheiro. A forma como Tchékhov encerra esse conto é quase uma anedota. Por essa mesma via do humor temos o conto "Ele brigou com a esposa". Já com as personagens dos conto "A palerma" e "A corista" você se solidariza com aquelas figuras femininas. Mas o melhor conto  desta edição é, na minha opinião, "A noiva", tão verdadeiro e tão bonito. 


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Esconderijos do tempo

QUINTANA, Mário. Esconderijos do tempo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013. 82 p.




Seiscentos e sessenta e seis

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas:há tempos...
Quando se vê, já é 6ª -feira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre, sempre em frente...

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Contos de Mamãe Gansa

PERRAULT, Charles (1628-1703). Contos de Mamãe Gansa. Porto Alegre, RS:L&PM, 2012. 160 p.


Segundo nos conta Ivone C. Beneditti na introdução desta edição, o livro, Contos de Mamãe Gansa, foi inicialmente atribuído ao filho de Perrault, Pierre, pois Perrault temia críticas dos seus adversários. Mas tarde se esclareceu que Pierre teria coletado as estórias (que eram estórias orais) e Perrault produzido as morais que acompanhavam os contos. Essas morais eram dirigidas as jovens moças.

Depois de ter lido os contos dos irmãos Grimm e depois de ler as versões de Perrault para os mesmos contos percebe-se que as versões da Disney para a Cinderela e a Bela Adormecida foram inspiradas nas versões de Perrault. E ao contrário dos contos dos irmãos Grimm, os de Perrault se aproximam muito mais de um livro infantil dos nossos dias pois seus contos, a exceção de Chapeuzinho Vermelho, são livres de cenas "sangrentas".
  
O livro contém: A Bela Adormecida no bosque, Chapeuzinho Vermelho, Barba Azul, Mestre Gato ou o Gato de Botas, As Fadas, Boralheira ou a chinelinha de cristal, Riqueti de Topete, Pequeno Polegar, Griselidis, Pele de Asno e Desejos ridículos. Sendo os nove primeiros contos em prosa enquanto os três últimos poemas. Embora os narrativas poéticas sejam interessantes gosto mais das narrativas em prosa.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

O Jardim Secreto

BURNETT, Frances Hodgson (1849-1924) . O jardim secreto. 1ª ed. São Paulo: Penguin Companhia, 2013.



O Jardim Secreto fez parte da minha infância! Quando eu era criança, nos áureos tempos da sessão da tarde, a adaptação de O jardim secreto (1993) passava várias vezes e eu nunca perdia nenhuma.

O livro conta a estória de Mary Lennox, uma garotinha solitária e mal-humorada que após a morte dos pais na Índia foi morar na mansão do tio na Inglaterra, Yorkshire. Lá ela encontra muitos mistérios, barulhos noturnos semelhantes a um chora de criança e um jardim que estava trancado há 10 anos e de acordo com o renascimento do Jardim Mary também vai se modificando tornando-se uma pessoa melhor. O mesmo ocorre com o seu primo Colin que era um menino isolado e doentio e que é transformado pela "mágica" do jardim. 

O jardim secreto conta com personagens adoráveis como Dickon, o menino encantador de animais, Martha, uma das criadas da mansão quem primeiro introduz Mary a magia do lugar, Susan Sowerby, a boa mãe de Dickon e Martha e  Ben Weatherstaff,  o zardineiro ranzinza.

Esse é um dos meus livros infantis preferido. Ele é contado de uma maneira delicada e poética é não há como não se apaixonar por essa estória. Entretanto, me chateia um pouco que na parte final do livro a personagem Mary Lennox seja praticamente esquecida sendo que foi foi por conta dela que aqueles eventos  foram possíveis. O Colin passa a ser o destaque da estória enquanto a Mary é negligenciada e na minha opinião Mary é uma protagonista muito mais interessante que Colin mas apesar disso o livro é lindo.

FILME x LIVRO


No filme os pais de Mary morrem após um terremoto. No livro, eles morrem de cólera.

No filme Medlook é uma mulher tirana. No livro é apenas uma mulher reservada, mas nada de malvadezas.

No filme as mães de Mary e Colin são irmãs gêmeas. No livro, na verdade, o pai de Mary que era irmão da mãe de Colin.

No filme é dito que Mary se parece com a mãe de Colin enquanto Colin não se parece com ela. No livro, ao contrário, Colin tem os olhos iguais de sua mãe.

No filme Mary encontra a chave do jardim numa gaveta nos pertences da mãe de Colin. No livro a chave é encontrada na propriedade próximo ao jardim secreto.

No filme os personagens do livro, Susan Sowerby e do Dr. Caven, são omitido.


NOVA ADAPTAÇÃO

Ano passado surgiu uma notícia de que o livro de Frances Hodgson ganharia uma nova adaptação produzida por Guilhermo del Toro. Vamos aguardar!

domingo, 19 de janeiro de 2014

Era uma vez...

GRIMM, Jacob; Wilhelm. Contos maravilhosos infantis e domésticos - 1812-1815 [tomo I eII]. São Paulo: Cosac Naify, 2013.


Um dos meus sonhos de consumo literário era a obra completa dos irmãos Grimm. Final do ano passado realizei esse sonho e esse ano li os Contos Maravilhosos Infantis e Domésticos dos  irmãos Grimm. 

Quando eu era criança e morava no interior minha bisavó contava muitas estórias. Lembro de sentar com alguns primos no alpendre da casa dela enquanto ela nos contava estórias de princesas e príncipes ou simplesmente meninos e meninas que saiam em busca de aventura. Mais tarde descobri que muitas daquelas estórias tinham um pezinho nos contos dos irmãos Grimm ainda que as versões de minha bisavó fossem um pouco diferente das versões contidas no livro, algumas também continham passagens "sangrentas". 

Agora, depois de finalmente ler a coleção de contos, notei que de fato as estórias da minha bisavó eram realmente inspiradas em alguns contos dos irmãos Grimm mas eram também acrescidas de alguns elementos da nossa própria cultura do interior que ela sabiamente modificava para ficarem mais próximos da nossa realidade embora fossem estórias fantásticas.

Esta edição da Cosac Naify, em comemoração ao bicentenário dos contos dos irmãos Grimm, tem tradução direto do alemão da primeira edição dos contos e conta com dois tomos.  Os contos contidos nesses livros não são de autoria de Jacob e Wilhelm Grimm. Na verdade, essas estórias faziam parte da tradição oral dos camponeses e os irmãos Grimm as coletaram e reunião em livro com o objetivo de manter viva a tradição oral alemã e a sua própria língua. Mas Jacob e Wilhelm atenuaram muitos dos finais das estórias visto que a coleção de contos se dedicava ao publico infantil. Embora ainda haja muito sangue, mutilações e crueldades para a visão politicamente correta dos livros infantis de hoje.

Se você está acostumado ao mundo feliz e colorido da Disney pode estranhar bastante as versões dos irmãos Grimm. Por exemplo, em A gata borralheira (Cinderela), as irmãs malvadas mutilam parte do pé para calçar o sapatinho. E em Rapuzel quando a fada Gothel descobre que Rapunzel está grávida, após algumas visitas noturnas do príncipe,  ela corta os cabelos de Rapunzel e engana o príncipe o deixando cair da torre e este acaba cego após furar os olhos nos espinhos.

A minha única ressalva ao livro é que conforme se avança na leitura os contos passam a ficar um tanto repetitivos. Por exemplo, em quase todas as ocasiões em que alguém se perde na floresta e recebe ajuda de algum animal ou figura fantástica este pede como recompensa a primeira coisa que o sujeito tocar quando voltar pra casa e em geral é sempre a filha querida. Mas isso não tira o mérito das estórias e se você gosta de contos fantásticos com certeza irá aprecia-los.  

Meus contos preferidos: João e Maria, A senhora Holle, O gato de botas, O pássaro de ouro, Mil peles, O Jardim de Inverno e o Jardim de Verão, A pastora de gansos, O nariz comprido, A velha na floresta. 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Bicentenário de Mansfield Park


Esse ano é o ano do bicentenário de Mansfield Park. Duzentos anos atrás, em maio de 1814, nossa queridíssima Jane Austen publicava seu terceiro livro, Mansfield Park. E este é o meu livro preferido de Miss Jane Austen depois de Orgulho e Preconceito, é claro.

Um dos motivos que me faz gostar tanto de Mansfield Park é o fato de eu achar que o livro carrega uma aura de conto de fadas. Sabe como é, né? ...uma menina pobre que no final fica com seu "príncipe" e vive feliz para sempre, mas não sem antes sofrer um bocado. O livro não é só isso, é claro. E o "príncipe" está mais para cara-sem-personalidade do que propriamente um príncipe. Também acho que Fanny deveria ter "dando uma chance" para o "lobo mau" do Henry Crawford, mas sabemos que os "vilões" charmosos de Jane Austen sempre terminam sem a mocinha.

O livro gerou algumas adaptação para a TV e cinema. Ainda estou esperando que alguém finalmente faça uma adaptação condigna. Mas enfim, são essas as adaptações:

Adaptação da BBC para a TV -  1983

Não assisti a esta adaptação mas quem já viu disse que é a adaptação mais fiel ao livro. Gostaria que que fosse lançada no Brasil. Hoje só é possível encontrar esta edição nos sites internacionais.



Adaptação para o cinema - 1999


Esta adaptação de Mansfield Park chegou ao Brasil sob o título de Palácio das Ilusões. Nesta adaptação foram feitas algumas alterações no enredo. Personagens foram omitidos, outros ganharam destaque e a própria personalidade de Fanny ganhou alguns acréscimos. Mas eu gosto deste filme. Infelizmente está esgotado no Brasil.



Adaptação da BBC para a TV - 2007


Esta adaptação da BBC de 2007 não me agrada nem um pouco. Para começar a atriz que escolheram para interpretar Fanny, me desculpem, mas a acho péssima. E o Edmund é o mesmo ator que interpretou Mr. Elton na adaptação de Emma (2009) mas não me convenceu como Edmund Bertram. Foi lançado ano passado no Brasil pela distribuidora Log On mas me recuso a adquirir essa versão.  


Se alguém  tiver interesse em saber mais sobre a minha opinião/amor por Mansfield Park e Fanny Price fiz um post (aqui) contando minhas impressões do livro logo após lê-lo.


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Desafio Literário - Janeiro: um livro que virou filme


CARROL, Lewis (1832-1898). Alice edição comentada: Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho. Ilustrações originais, John Tenniel; introdução e notas, Martin Gardener; tradução, Maria Luiza X. de A. Borges - Rio de Janeiro: Zahar,  2002.





Para dar início ao Desafio Literário 2014 minha escolha para o mês de Janeiro - um livro que virou filme - foi Alice no país das maravilhas. Alice já teve algumas adaptações para o cinema sendo a animação da Disney de 1951 - acredito eu - a mais famosa e a mais recente em 2010 sob direção de Tim Burton.



Alice no país das maravilhas foi um dos primeiros livros que li na vida mas numa edição adaptada da Disney. Portanto não o texto original de Carrol. Agora mais de vinte anos depois finalmente li o texto original nesta incrível edição comentada que contém, além de Alice no país das maravilhas, o segundo livro de Alice, Através do Espelho. Confesso que não conhecia este último e foi uma grata surpresa este livro pois uma das minhas maiores fantasias na infância era atravessar o espelho e descobrir o que eu encontraria por lá. 


Assim como Alice eu pensava "...como seria bom se pudéssemos atravessar para a Casa do Espelho!" (p.138)

Alice, em ambos os livros, após cair no sono desembarca no País das Maravilhas e encontra personagens excêntricos, animais falantes e muitos episódios absurdos. Esta edição comentada é interessante porque muitos desses absurdos são explicados, porém algumas notas são tão longas que perdemos o ritmo de leitura da própria estória. Recomendo que primeiro seja feita a leitura do texto sem as notas e depois uma outra leitura com as notas ou vice-versa.

Sobre os filmes, em ambas as adaptações aqui citadas, foi feita uma mesclagem do primeiro livro e do segundo livro. Algumas das personagem de Através do Espelho aparecem nestas adaptações, são elas: os gêmeos Tweedledee e Tweedledum e as flores falantes.



O livro é uma leitura muito divertida. Alice e o seu país das maravilhas vai sempre estar no imaginário das crianças e também dos adultos então não tem idade para ser lido.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Mas...hein?


GAIMAN, Neil. O oceano no fim do caminho. 1. ed. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013.

Em o oceano no fim do caminho acompanhamos um homem na meia idade que volta a cidade onde passou a infância por ocasião de um funeral que nós, leitores, nunca chegamos a saber de quem é mas sabemos que é de alguém próximo do narrador. Ele vai então visitar uma velha fazenda que pertence a família Hempstock e onde ele viveu alguns eventos significativos que marcaram a sua infância.

O narrador-personagem (que não consigo lembrar se tinha um nome) vai então relembrar esses eventos todos permeados pelo fantástico. Esses eventos são traumáticos mas que visto aos olhos de uma criança de sete anos e de imaginação fértil ganham essa aura fantástica. 

Mas...hein? É disso mesmo que se trata? Ao concluir a leitura do livro não consegui me decidir se o narrador-personagem estava sonhando (sentado em frente ao  oceano de Lettie Hempstock), se de fato tudo aquilo aconteceu, se o narrador - como disse antes - fabricou uma fantasia para lidar com os eventos traumáticos (o suicídio do inquilino dos pais, a infidelidade do pai, a mudança da sua única amiga para a Austrália) vividos naquele período, se ele estava louco ou se ele tinha algum problema de perda de memória. Enfim...e você aí tem alguma outra pista?

Um livro interessante e que com certeza vai ser relido em breve. Um livro que precisa ser lido e relido muitas vezes.


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Projeto Leitura Cronológica (dos Contos): Contos Fluminenses


MACHADO DE ASSIS, Joaquim Maria (1839-1908). Contos Fluminenses. 2ª ed. -Porto Alegre: L&PM, 2011. 

Dando continuidade ao Projeto Leitura Cronológica da obra de Machado de Assis, chegou a vez dos contos e o primeiro livro: Contos Fluminenses. Nesses primeiros contos, publicados em 1870, Machado trás como temas a traição, o status social, a vaidade e o casamento. O livro conta com sete contos, são estes: Miss Dollar, Luis Soares, A mulher de preto, O segredo de Augusta, Confissões de uma viúva moça, Linha reta e linha curva e Frei Simão.

Dos contos apresentados me surpreendi com o final de "Luis Soares", sinceramente não me ocorreu que Machado iria concluir dessa forma, mas foi um final interessante. O final foi surpreendente, para mim, em relação aos outros contos porque de forma geral nos outros contos os personagens se redimiam e alcançavam o almejado casamento e em "Luis Soares" não é o que acontece.

Gostei dos contos, com exceção de "A mulher de preto" e "Linha reta e linha curva", achei-os chatos e este último excessivamente longo.  

Contos Fluminenses é um livro curto e a leitura é rápida e Machado nos presenteia com a sua ironia e comentários jocosos. Vale a pena conferir!

P.S: Em 1870 Adelaide devia ser um nome bem comum. Praticamente todas as personagens femininas desses contos tinham o nome de Adelaide. Impressionante.