sábado, 28 de junho de 2014

Projeto Leitura Cronológica (dos Contos): Várias Histórias

ASSIS, Machado de (1839-1908). Várias Histórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011.



Mais uma vez Machado reúne nesta coletânea, publicada em 1895, boas histórias. Desta vez, o destaque fica por conta da história abre alas, A Cartomante. Aliás, este é um dos contos mais conhecidos e Machado e trás como tema o adultério - tema aliás muito presente na obra do autor - com um final que se não fosse trágico seria cômico.

Outro conto de destaque é a Causa Secreta. Este lembro de ter lido na escola e já naquela época me deixou uma impressão profunda. Ainda lembro da sensação de surpresa ao descobrir qual causa secreta movia aquele homem, sem contar o choque da cena grotesca com o rato. Desta vez, talvez por já conhecer a história (quase de cor porque o li algumas vezes) a impressão não foi mais aquela mas ainda assim a cada vez que termino esse conto meu único pensamento é: Machado é um gênio.

Esta coletânea conta ainda com Conto de Escola, também um dos mais conhecidos de Machado e que é divertido e irônico como só Machado consegue ser.

sábado, 14 de junho de 2014

Desafio Literário: Junho - Um livro de autor brasileiro

TERNO, Walter. Cira e o velho. São Paulo: Giz Editorial, 2010.


"Não terei chance alguma, sei disso. Ela também sabe".


Cira e o Velho do autor nacional Walter Tierno conta a história de Cira uma bruxa guerreira que depois de perder a mãe assassinada pelo bandeirante Domingos Velho decide caçá-lo em busca de vingança. 

A história começa a ser contada ao leitor por um narrador-personagem que vai nos dizendo como e porque ele resolveu buscar a história de Cira. Ele vai nos contar que conheceu Cira em uma figurinha colecionável em um um jogo de bafo e que a partir daí aquela figura exerceu um fascínio sobre ele. Então ele decide sair pelo Brasil de hoje procurando figuras folclóricas que tenham tido contato com Cira e a partir desses relatos nos contar a história dessa figura fascinante.

Um detalhe que me chamou atenção é que uma das personagem apresentada como "vilã", a Maria Caninana, é vilã porque decide sair em busca de vingança porque sua a mãe foi assassinada tal qual a mãe Cira, a heroína. Tudo bem, que os métodos de Maria Caninana não eram lá tão ortodoxos e envolviam matar criancinhas e pactos com o senhor das mentiras. Mas acredito que seja o desejo de vingança a qualquer custo que faz Cobra Norato, o pai de Cira, reconhecer na filha a sua irmã.

Os relatos que o narrador-personagem vai colhendo vão mesclando Brasil do século XVII e os dias de hoje. Uma narrativa bem interessante e o desenvolvimento da história envolve o leitor. Mas o que realmente se destaca é o final que surpreende. Ual...não confie tanto no narrador.